E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso
acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie
Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em
que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida
de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa
da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam
bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora,
ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma
dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada
pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de
relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val
deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos
são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas.
Livro ótimo! No começo, confesso, fiquei um pouco "entediado" com a história. Não sei como isso aconteceu, pois "A Lista Negra" é realmente muito bom. Agora vamos à resenha:
Para começar, o livro tem tudo o que eu gosto: personagens ótimos - alguns secundários, inclusive -, uma história comovente e uma narrativa muito boa. Jennifer Brown, autora da obra, soube como ninguém tratar de um tema que atualmente é muito clichê: bullying. Com capítulos intercalados entre o passado (Momento em que houve o massacre) e presente, com a volta da protagonista, Valerie, para o colégio onde tudo aconteceu, Brown cria um drama inesquecível. A escritora está realmente de parabéns. Afinal, essa obra foi a estreia de Brown na literatura!
A obra é dividida em 4 partes - todas essas, narradas por Valerie. O que eu mais gostei é que apesar de ser narrado pela protagonista de todo esse drama, conseguimos enxergar a sua culpa e inocência, assim como os demais personagens. Aliás, Brown criou personagens incríveis, todos bem individuais e reais.
O que me deixou um pouco
decepcionado (SPOILERS!!!) foi uma pequena parte no desfecho da
história. Mas antes, deixa eu afirmar algo: Sim, eu gostei muito do final da obra! Mas o problema surgiu quando todos os
personagens “acolherem”, digamos assim, a Valerie. Ela sofreu desde a primeira
página até a penúltima, então nas últimas estrofes, tudo fica mais ou menos
bem... (Essa pelo menos foi a ideia que eu tive, ao ler esta parte). Mas enfim,
não foi algo que me deixou tão desapontado, só queria que tivesse acabado como na
vida real: lentamente, não de uma hora para a outra. (FIM DOS
SPOILERS!!!)
Mas enfim, acho que eu nunca
torci tanto para uma personagem ficar bem, quanto em “A Lista Negra”. A
protagonista da obra é muito real, forte e frágil ao mesmo tempo. Cada vez que a Valerie contava sua
história com o Nick – mas não o Nick assassino, e sim o que gostava de
Shakespeare – era motivo para fazer uma lágrima escorrer pelo rosto. E então
quando sua própria mãe só via Valerie como assassina, como a garota que
escreveu aqueles nomes na lista, era mais revoltante ainda. Ou então – essa
atitude foi pra acabar! – quando o diretor do colégio Garvin fez uma insinuação, dizendo algo para Valerie parecido como: “Você não vai orquestrar outro desastre neste colégio novamente, menina”.
“Porque ninguém acredita nela?”. Foi isso que eu pensei durante toda a leitura. Senti raiva de todos, principalmente pelo fato de não acreditarem nela. Uma leitura um tanto revoltante, digamos assim, que conseguiu mexer comigo de um jeito como nenhum livro tinha feito!
“Às vezes, em um mundo
onde os pais s odeiam e a escola é um campo de batalha, era ruim ser eu. O Nick
tinha sido minha fuga. A única
pessoa que me compreendia. Era bom fazer parte de um “nós", com os mesmos
pensamentos, os mesmos sentimentos, os mesmos problemas. Mas, agora, a outra
metade desse “nós" tinha ido embora e, deitada no meu quarto escuro,
percebi que não sabia como me tornar eu mesma de novo.”
“A Lista Negra” é
aquele livro que faz você chorar, que realmente mexe com o leitor e o deixa
extasiado. Brown soube exatamente como tratar do assunto, e isso me deixou
muito satisfeito. Uma obra, que sem dúvidas, acabou virando a minha preferida! Se eu recomendo? Óbvio que sim! Leitura
obrigatória.